NOSSA
SENHORA DE LA SALETTE
Montanha de La Salette, França, 1846
Em
19 de setembro de 1846, duas crianças, Maximino Giraud e Melânia Calvat,
originários de Corps no departamento do Isère, na França, pastoreavam as suas
vacas nos arredores do lugarejo de La Salette.
O
texto que leremos abaixo descreve a aparição de Nossa Senhora que as duas
crianças tiveram e o Segredo que a Virgem lhes revelou. Apresentamos antes
alguns dados sobre a principal vidente.
Quem
era Melânia Calvat
Resumidamente,
a vidente de La Salette nasceu em 7 de novembro de 1831, na região de Isère,
França. Sua mãe era um pouco frívola, gostava de bailes e espetáculos. O pai,
pedreiro de profissão, era homem religioso, dedicado no ensino das verdades de
fé aos seus filhos. Melânia conheceu desde seus três anos de idade a
perseguição de sua mãe, que a desprezava. Vivia no silêncio e sentia-se atraída
pelo bosque que havia próximo de sua casa.
A
pequenina não conseguia ir muito longe, mas um menino de sua idade dava-lhe a
mão para ajudá-la. Mais tarde, já indo com suas próprias pernas ao bosque, o
menino disse-lhe: “Eu sou teu irmão e tu és a irmã do meu coração”. Eis o que a
própria nos explica: “Durante mais de vinte anos, meu amado Irmão deixou-me
ignorar que era Jesus e eu, com toda a ingenuidade e simplicidade acreditei que
ele era meu irmão e eu sua irmã”.
Mal
chegada aos sete anos, Melânia tornou-se pastora. Pequena de estatura para a
sua idade, ela era mais séria que as outras crianças e também mais calada. Às
pessoas que lhe perguntavam o nome, respondia que se chamava Irmã e logo todos
a chamaram assim.
Estivera
na escola só pouco tempo e nem mesmo tinha aprendido a conhecer as letras. Não
falava e não entendia senão o dialeto. Da escola não gostava porque se fazia
ali muito barulho e as lições da aula não propunham coisas bonitas. Por outro
lado, o seu pequeno Irmão lhe havia dito: “O que eu vos recomendo é fechar bem
o vosso coração a todos os ruídos do mundo; não escuteis o que o mundo diz, não
façais o que faz, não creiais no que ele crê”.
Aos
sete anos a menina inicia sua vida de pastora, sendo contratada por uma família
do local para cuidar de suas vacas. Ela costumava pastorear na companhia de
Maximino Giraud, que trabalhava para uma fazenda vizinha. É assim que, em 19 de
setembro de 1846, os dois recebem a visita da Virgem Maria.
Seria
muito longo para o nosso intento relatar toda a vida de Melânia, seu trabalho
para cumprir o que a Mãe do Céu havia pedido, as perseguições que sofreu, sua
vida religiosa e sua morte solitária e sofrida. O que queremos aqui é trazer o Segredo
que Nossa Senhora confiou a Melânia e Maximino, pondo em evidência a crise
terrível que assola a Igreja nestas últimas décadas. Não é de se espantar que
este Segredo tenha sido apagado de todas as referências à La Salette, inclusive
no próprio Santuário. Mas a Santa Igreja aprovou e confirmou o caráter
sobrenatural destas aparições.
Aprovações
de Roma
Por
meio de uma pastoral doutrinária de 19 de setembro de 1851, Mgr. de Bruillard,
bispo de Grenoble, após pesquisa aprofundada, concluía pela realidade milagrosa
da aparição e autorizava as peregrinações a La Salette. Tendo recebido a
aprovação de Roma, em 7 de outubro de 1851, ele mandou construir um santuário
dedicado a Nossa Senhora de La Salette e para o serviço dele, agregou-lhe um
estabelecimento de missionários. No Congresso Mariano de 1904, a aparição de La
Salette foi qualificada como o maior acontecimento religioso do século XIX. São
Pio X insistia muito para que sua causa de beatificação fosse introduzida.
O
Segredo de Nossa Senhora
Eis o que Melânia escreveu em 1860 e publicou em 1875, com o “imprimatur” de Dom Zola, bispo de Lecce na Itália. Aí ela confia o texto do seu Segredo que havia escrito e transmitido, como Maximino fizera com o seu, ao Papa Pio IX em julho de 1851.
“...Tendo
despertado e não vendo as nossas vacas, chamei Maximino e subi o pequeno
montículo. De lá, tendo visto que as nossas vacas estavam tranquilamente deitadas,
eu descia de novo e Maximino subia, quando subitamente vi uma magnífica luz,
mais brilhante que o sol e mal pude dizer estas palavras: “Maximino, vês, lá
embaixo? Ah! meu Deus!” Ao mesmo tempo deixei cair o bordão que tinha na mão.
Não sei o que acontecia de delicioso em mim nesse momento, mas eu me sentia
atraída, experimentava um grande respeito cheio de amor, e meu coração teria
querido correr mais depressa do que eu.
Olhava
bem fixamente essa luz que era imóvel, e como se ela tivesse desabrochado,
percebi uma outra luz bem mais brilhante e que estava em movimento, e nela uma
belíssima Dama sentada sobre o nosso “Paraíso” (pequeno amontoado de pedras
feito pelas duas crianças), com a cabeça entre as mãos. Essa bela Dama
levantou-se, cruzou um pouco os seus braços e, olhando-nos, disse:
“Adiantai-vos,
meus filhos, não tenhais medo; eu estou aqui para anunciar-vos uma grande nova!”
Essas doces e suaves palavras fizeram-me voar até ela, e meu coração teria
querido aderir a ela para sempre. Chegando bem perto da bela Dama, diante dela,
à sua direita, ela começou a falar e começaram as lágrimas a correr de seus
belos olhos.
“Se
o meu povo não se quer submeter, sou forçada a deixar cair a mão de meu Filho.
Ela está tão pesada que não a posso mais reter.
Depois,
há tanto tempo que eu sofro por vós! Se quero que meu Filho não vos abandone,
estou encarregada de rezar sem cessar. E, no que vos toca, não fazeis caso
disso. Faríeis bem em rezar, quanto quiser, jamais poderíeis recompensar o
trabalho que tomei por vós.
Dei-vos
seis dias para trabalhar, reservei-me o sétimo, e não mo querem dar. É isso que
torna tão pesado o braço de meu Filho.
Os
que conduzem as charretes não sabem falar sem pôr no meio o nome de meu Filho.
São as duas coisas que tornam tão pesado o braço de meu Filho.
Se
a colheita se estraga, não é senão por vossa causa.
Eu
vos fiz ver isso no ano passado relativamente às batatas; não fizestes caso;
pelo contrário, quando as encontráveis estragadas, blasfemáveis e pronunciáveis
o nome de meu Filho. Elas vão continuar a deteriorar-se, e no Natal não haverá
mais batatas.”
Nesta
altura, eu procurava interpretar a palavra “batatas” (pomme de terre), pensava
compreender que significava “maçãs” (pomme). A bela e boa Senhora, adivinhando
o meu pensamento, tornou a falar assim: “Vós não me compreendeis, meus filhos?
Eu vos direi de outro modo”.
A
tradução em francês é a seguinte (a Virgem falava então em dialeto):
“Se
a colheita se deteriora, é só por causa de vós: eu vos fiz saber no ano passado
relativamente às batatas inglesas, e vós não fizestes caso: pelo contrário,
quando as encontráveis estragadas, vós blasfemáveis e misturáveis nisso o nome
de meu Filho. Elas vão continuar a estragar-se e, no Natal, não haverá mais
batatas.
Se
tendes trigo, não adianta semeá-lo.
Tudo
o que semeardes, os animais comerão; o que nascer, cairá em forma de pó quando
o baterdes. Virá uma grande fome. Antes que ela venha, as criancinhas abaixo
dos sete anos serão acometidas por um tremor e morrerão nas mãos das pessoas
que as segurarem; os outros farão penitência pela fome. As nozes ficarão más;
as uvas apodrecerão”.
Nessa
altura, a bela Senhora que me arrebatava, ficou um momento sem se fazer ouvir;
entretanto eu via que ela continuava a mover graciosamente os seus amáveis
lábios, como se falasse. Maximino recebia então o seu Segredo.
Depois,
dirigindo-se a mim, a Santíssima Virgem falou-me e deu-me um Segredo em
francês. Eis o Segredo completo, tal como ela me deu:
“Melânia
o que eu vou dizer agora, não será sempre Segredo. Podeis publicá-lo em 1858.
Os
sacerdotes, ministros de meu Filho, os sacerdotes, por sua má vida, por suas
irreverências e sua impiedade em celebrar os santos mistérios, por amor do
dinheiro, das honras e dos prazeres, os sacerdotes tornaram-se cloacas de
impureza. Sim, os padres pedem vingança, e esta está suspensa sobre as suas
cabeças. Desgraçados dos padres e das pessoas consagradas a Deus, as quais, por
suas infidelidades e sua má vida crucificam novamente o meu Filho! Os pecados
das pessoas consagradas a Deus clamam ao Céu e chamam a vingança e ela está às
suas portas, pois não se encontra ninguém para implorar misericórdia, e perdão
para o povo; não há mais almas generosas não há mais ninguém digno de oferecer
a Vítima sem mancha ao Pai Eterno em favor do mundo.
Deus
vai golpear dum modo sem precedentes.
Ai
dos habitantes da terra! Deus vai esgotar a sua cólera, e ninguém se poderá
esquivar a tantos males reunidos.
Os
chefes, os guias do povo de Deus negligenciaram a oração e a penitência, e o
demônio obscureceu as suas inteligências; tornaram-se estrelas errantes que o
velho demônio arrastará com a sua cauda para fazê-los perecer. Deus permitirá à
antiga serpente pôr divisões entre os governantes, em todas as sociedades e em
todas as famílias; sofrer-se-ão penas físicas e morais; Deus abandonará os
homens a si mesmos e enviará castigos que se sucederão durante mais de trinta e
cinco anos.
A
sociedade está às vésperas dos mais terríveis flagelos e dos maiores
acontecimentos; deve-se esperar ser governado por uma vara de ferro e beber o
cálice da cólera de Deus.
Que
o Vigário de meu Filho, o Soberano Pontífice Pio IX, não saia mais de Roma
depois do ano de 1859; mas que ele seja firme e generoso, que combata com as
armas da fé e do amor: eu estarei com ele.
Que
ele desconfie de Napoleão; o coração deste é duplo, e quando quiser ser ao
mesmo tempo Papa e imperador, logo Deus se afastará dele; ele é aquela águia
que, desejando sempre se elevar, cairá sobre a espada da qual se queria servir
para obrigar os povos a se fazer elevar.
A
Itália será punida por sua ambição, querendo sacudir o jugo do Senhor dos
Senhores; também ela será entregue à guerra: o sangue correrá de todos os
lados; as igrejas serão fechadas ou profanadas; os sacerdotes, os religiosos serão
expulsos; os fará morrer, e morrer duma morte cruel. Muitos abandonarão a fé, e
o número de sacerdotes e de religiosos que se separarão da verdadeira religião
será grande; entre essas pessoas encontrar-se-ão até mesmo bispos.
Que
o Papa se mantenha alerta contra os autores de milagres, pois chegou o tempo em
que os mais espantosos prodígios se farão sobre a terra e nos ares.
No
ano de 1864, Lúcifer, com um grande número de demônios serão soltos do inferno.
Eles abolirão a fé pouco a pouco, mesmo nas pessoas consagradas a Deus. Os
cegará duma tal maneira que, a não ser por uma graça especial, essas pessoas
tomarão o espírito desses anjos maus. Muitas casas religiosas perderão
inteiramente a fé e perderão muitas almas.
Os
maus livros se multiplicarão sobre a terra, e os espíritos das trevas
espalharão por toda a parte um relaxamento universal por tudo o que respeita ao
serviço de Deus; eles terão um poder muito grande sobre a natureza. Haverá
igrejas para servir a esses espíritos. Pessoas serão transportadas dum lugar
para outro por esses espíritos malignos e mesmo sacerdotes, porque estes não
serão conduzidos pelo bom espírito do Evangelho que é um espírito de humildade,
de caridade e de zelo pela glória de Deus. Far-se-á ressuscitar mortos e justos
(isto é, esses mortos tomarão a forma das almas justas que tinham vivido na
terra, a fim de seduzir melhor os homens: esses auto-denominados mortos
ressuscitados, que não serão outra coisa que o demônio debaixo dessas figuras,
pregarão um outro Evangelho contrário ao do verdadeiro Jesus Cristo, negando a
existência do céu e mesmo a das almas dos condenados. Todas essas almas
parecerão como unidas a seus corpos). Haverá em todos os lugares prodígios
extraordinários, porque a verdadeira fé se extinguiu e a luz falsa ilumina o
mundo. Desgraçados dos Príncipes da Igreja que não se ocuparão senão com
amontoar riquezas sobre riquezas, salvaguardar a sua autoridade e dominar com
orgulho!
O
Vigário de meu Filho terá muito que sofrer, porque durante algum tempo a Igreja
será entregue a grandes perseguições. Será o tempo das trevas; a Igreja terá
uma crise medonha.
Estando
esquecida a santa fé de Deus, cada indivíduo quererá guiar-se por si mesmo e
ser superior a seus semelhantes. Serão abolidos os poderes civis e
eclesiásticos; toda a ordem e toda a justiça serão calcadas aos pés; não se
verá senão homicídio, ódio, inveja, mentira e discórdia, sem amor da pátria nem
da família.
O
Santo Padre sofrerá muito. Eu estarei com ele até o fim, para receber o seu
sacrifício.
Os
maus atentarão várias vezes contra a sua vida, sem poderem prejudicá-lo nos
seus dias; mas nem ele nem o seu sucessor... verão o triunfo da Igreja de Deus.
Os
governos civis terão todos um mesmo desígnio, que será o de abolir e de fazer
desaparecer qualquer princípio religioso, para dar lugar ao materialismo, ao
ateísmo, ao espiritismo e a toda a sorte de vícios.
No
ano de 1865, ver-se-á a abominação nos lugares santos, nos conventos apodrecerão
as flores da Igreja e o demônio tornar-se-á como o rei dos corações. Aqueles
que estão à frente das comunidades religiosas tomem cuidado com a pessoas que
eles devem receber, porque o demônio usará de toda a sua malícia para
introduzir pessoas entregues ao pecado, pois as desordens e o amor dos prazeres
carnais se espalharão por toda a terra.
A
França, a Itália, a Espanha e a Inglaterra estarão em guerra; o sangue correrá
nas ruas; o francês bater-se-á com o francês, o italiano com o italiano; em
seguida haverá uma guerra geral, que será espantosa. Por algum tempo, Deus não
se lembrará mais da França nem da Itália, porque o Evangelho de Jesus Cristo
não é mais conhecido. Os maus ostentarão toda a sua malícia; matar-se-á, em
mútua carnificina, até nas casas.
Ao
primeiro golpe de sua espada fulminante, as montanhas e a natureza inteira
tremerão de espanto, porque as desordens e os crimes dos homens penetram a
abóbada do céu. Paris será incendiada e Marselha submergida; muitas grandes
cidades serão abaladas e soterradas por terremotos: acharão que tudo está
perdido; não se verão a não ser homicídios, não se ouvirão senão ruídos de
armas e blasfêmias. Os justos sofrerão muito; as suas preces, a sua penitência
e as suas lágrimas subirão até o céu, e todo o povo de Deus pedirá perdão e
misericórdia como também a minha ajuda e a minha intercessão. Então Jesus
Cristo, por um ato de sua justiça e da sua grande misericórdia para com os
justos, ordenará a seus anjos que todos os seus inimigos sejam mortos. De
repente, os perseguidores da Igreja de Jesus Cristo e todos os homens entregues
ao pecado perecerão, e a terra tornar-se-á como um deserto. Então se fará a
paz, a reconciliação de Deus com os homens; Jesus Cristo será servido, adorado
e glorificado; a caridade florescerá por toda a parte. Os novos reis serão o
braço direito da Santa Igreja, a qual será forte e humilde, piedosa, pobre,
zelosa e imitadora das virtudes de Jesus Cristo. O Evangelho será pregado por
toda a parte, e os homens farão grandes progressos na fé porque haverá unidade
entre os obreiros de Jesus Cristo, e os homens viverão no temor de Deus.
Não
será longa essa paz entre os homens. Vinte e cinco anos de abundantes colheitas
lhes farão esquecer que os pecados dos homens são a causa de todos os sofrimentos
que ocorrem sobre a terra.
Um
precursor do anticristo, com suas tropas de muitas nações combaterão contra o
verdadeiro Cristo, o único Salvador do mundo; ele espalhará muito sangue e
quererá aniquilar o culto de Deus para fazer-se considerar como um Deus.
A
terra será golpeada com toda a espécie de pragas (além da peste e da fome que
serão gerais); haverá guerras até a última guerra que será então feita pelos
dez reis do anticristo, os quais terão o mesmo desígnio e serão os únicos que
governarão o mundo. Antes que aconteça isso, haverá uma espécie de falsa paz no
mundo; não se pensará senão em se divertir; os maus entregar-se-ão a toda sorte
de pecados; mas os filhos da Santa Igreja, os filhos da fé, meus verdadeiros
imitadores, crescerão no amor de Deus e nas virtudes que me são mais caras.
Felizes as almas humildes, conduzidas pelo Espírito Santo! Eu combaterei com
elas até que cheguem à plenitude da idade.
A
natureza exige vingança para os homens, ela freme de espanto na expectativa do
que deve suceder à terra manchada de crimes.
Tremei,
terra, e vós que fazeis profissão de servir a Jesus Cristo e que, no interior
vos adorais a vós mesmos, tremei; pois Deus vai abandonar-vos ao seu inimigo,
porque os lugares santos estão na corrupção; muitos conventos não são mais as
casas de Deus, mas as pastagens do Asmodeu e dos seus.
Será
durante esse tempo que nascerá o Anticristo, duma religiosa hebraica, duma
falsa virgem que terá comunicação com a antiga serpente, o mestre da impureza:
seu pai será Ev. (qui potest capere, capiat - quem poder entender, que
entenda); ao nascer, ele vomitará blasfêmias, terá dentes; numa palavra, será o
demônio encarnado; lançará gritos terrificantes, fará prodígios, não se
alimentará senão de impurezas. Terá irmãos que, embora não sejam demônios
encarnados como ele, serão filhos do mal; com 12 anos serão celebrados pelas
brilhantes vitórias que obterão em breve, cada um deles estará à frente de
exércitos, assistidos por legiões do inferno.
As
estações serão mudadas, a terra não produzirá senão maus frutos, os astros perderão
os seus movimentos regulares, a lua não refletirá senão uma luz avermelhada; a
água e o fogo cansarão ao globo terrestre movimentos convulsivos e horríveis
terremotos, que farão tragar montanhas, cidades, etc..
Roma
perderá a fé e tornar-se-á a sede do Anticristo.
Os
demônios do ar farão, com o Anticristo, grandes prodígios sobre a terra e nos
ares, e os homens perverter-se-ão cada vez mais. Deus terá cuidado de seus
fiéis servidores e dos homens de boa vontade; o Evangelho será pregado por toda
a parte, todos os povos e nações terão conhecimento da verdade!
Eu
dirijo um apelo premente à terra, chamo os verdadeiros discípulos do Deus vivo
que reinam nos céus; convoco os verdadeiros imitadores de Cristo feito homem, o
único e verdadeiro Salvador dos homens; apelo para os meus filhos, meus
verdadeiros devotos, os que se entregaram a mim para que eu os conduza a meu
divino Filho, aqueles que eu levo, por assim dizer, nos meus braços; os que
viveram do meu espírito; enfim, chamo os Apóstolos dos últimos tempos, os fiéis
discípulos de Jesus Cristo, que viveram num desprezo do mundo e deles mesmos,
na pobreza e na humildade, no desprezo e no silêncio, na oração e na
mortificação, na castidade e na união com Deus, no sofrimento e desconhecidos
do mundo. É tempo que saiam e venham iluminar o mundo. Ide, e mostrai-vos como
meus filhos queridos; estou convosco e em vós, contanto que vossa fé seja a luz
que vos ilumine nesses dias de desgraça. Que vosso zelo vos torne como que
famintos da glória e da honra de Jesus Cristo. Combatei, filhos da luz, vós,
pequeno número que consegue ver: pois eis o tempo dos tempos, o fim dos fins.
A
Igreja será eclipsada, o mundo estará na consternação. Mas eis Enoch e Elias
cheios do Espírito de Deus: eles pregarão com a força de Deus, e os homens de
boa vontade acreditarão em Deus e muitas almas serão consoladas; eles farão
grandes progressos pela virtude do Espírito Santo e condenarão os erros
diabólicos do anticristo.
Desgraçados
dos habitantes da terra! Haverá guerras sangrentas e fome, pestes e doenças
contagiosas; haverá chuvas de granizo de terríveis animais; trovões que
abalarão cidades; terremotos que tragarão países; ouvir-se-ão vozes nos ares;
os homens baterão a cabeça contra os muros; chamarão a morte e por outro lado
ela será o seu suplício; o sangue correrá de todos os lados. Quem poderá
vencer, se Deus não diminuir o tempo da prova? Pelo sangue, pelas lágrimas e
preces dos justos, Deus se deixará abrandar: Enoch e Elias serão assassinados.
A Roma pagã desaparecerá; o fogo do Céu cairá e consumirá três cidades; todo o
universo será ferido de terror e muitos se deixarão seduzir porque não adoraram
o verdadeiro Cristo que vive entre eles. Chegou o tempo. O sol se escurece;
somente a fé viverá.
Eis
o tempo; o abismo se abre. Eis o rei dos reis das trevas. Eis a besta com os
seus súditos, dizendo-se “o Salvador” do mundo. Elevar-se-á com orgulho nos
ares para ir até o céu; ele será sufocado pelo sopro de São Miguel Arcanjo.
Cairá então e a terra que, durante três dias estará em evoluções contínuas,
abrirá o seu seio cheio de fogo; ele será submergido com todos os seus nos
abismos eternos do inferno. Então a água e o fogo purificarão a terra e
consumirão todas as obras do orgulho dos homens, e tudo será renovado: Deus
será servido e glorificado.”